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Nothing to Be Frightened Of (2008)

by Julian Barnes

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"I don't believe in God, but I miss him." So begins this book, which is a family memoir, an exchange with his brother (a philosopher), a meditation on mortality and the fear of death, a celebration of art, an argument with and about God, and a homage to the writer Jules Renard. Barnes also draws poignant portraits of the last days of his parents, recalled with great detail, affection and exasperation. Other examples he takes up include writers, "most of them dead and quite a few of them French," as well as some composers, for good measure. Although he cautions us that "this is not my autobiography," the book nonetheless reveals much about Barnes the man and the novelist: how he thinks and how he writes and how he lives. At once deadly serious and dazzlingly playful, this is a wise, funny and constantly surprising tour of the human condition.--From publisher description.… (more)
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"Receio ser como aquele meu amigo que, ansiando pela morte, nos confidenciava incessantemente que conseguira obter e engolir comprimidos suficientes para se matar, mas se encontrava agora numa agitação ansiosa, porque os seus atos podiam causar problemas a uma enfermeira. Receio ser como aquele homem de letras de uma cortesia inata, que conheci e que, ao ficar senil, começou a falar constantemente à mulher nas fantasias sexuais mais extremas, como se isso fosse o que secretamente sempre desejara fazer-lhe. Receio ser como Somerset Maugham octogenário, que baixava as calças atrás do sofá e defecava no tapete (apesar de isso me fazer lembrar alegremente a minha infância). Receio ser como aquele meu amigo idoso, homem ao mesmo tempo refinado e cheio de melindres, cujo olhar mostrava um pânico animal quando a enfermeira do lar anunciava, diante das visitas, que estava na hora de mudar a fralda. (...) Receio o cateter e o elevador de escadas, o corpo incontinente e o cérebro devastado. Receio o destino de Chabrier/Ravel, não saber quem fui nem o que fiz. Talvez Stravinsky, na velhice extrema, tivesse esses finais em mente quando chamava do quarto a mulher ou algum membro da família. «De que precisas?», perguntavam-lhe. «De ter a certeza da minha própria existência», respondia. E a confirmação podia vir sob a forma de um afago de mão, de um beijo ou de lhe porem a tocar um dos seus discos preferidos."

Não é uma mão de apoio, ou um ombro amigo que diz, quase religiosamente, «não, meu caro, não há nada a temer.»; também não é um sussurro que tonifica e que degusta, o "nada" mórbido da frase, com um sorriso malicioso no rosto «NADA.... a temer.» Nothing to be Afraid Of, do Julian Barnes, pode até pender para ambos os lados, certas vezes, até cair em sofismas, mas somente de propósito, investindo-se de verdade em cada ponto, com intenção de desconstruí-los, anuí-los, descartá-los, ou, apenas, cortá-los pela tangente.

As reflexões suscitadas, através do seu próprio ponto de vista, do diálogo com seu irmão, ou da extensa lista de autores citados, corta pelos campos da morte, memória, imaginação, vida, arte, religião, ficção, e muitos outros temas. São capítulos em sua maioria curtíssimos, mas, densos; ao ponto de que um “capítulo” de poucos parágrafos, que leva cinco minutos (ou menos) sendo lido, te coloque por muitos minutos adicionais em um estado reflexivo tenso, a pensar, a anotar, a dialogar com o livro; a relembrar, e também a inquirir sobre a sua própria vida e existência no geral.

Não há muito o que abordar em questões estilísticas, é escrito como um grande ensaio pessoal, ou livro de memórias, e a voz vai tornando-se cada vez mais familiar conforme você avança na leitura. Toco nessa questão da familiaridade da voz, pois se trata justamente dela, com a adição da estuturação e da construção, que fazem com que esse livro não se encaixe em nenhuma convenção ou gênero.

Aqui no Goodreads, por exemplo, a primeira prateleira onde coloca-se o livro, é na fileira da Nonfiction. No entanto, os capítulos finais tratam justamente da ambiguidade conquanto o que é ou não ficção; da área nebulosa entre ficção, imaginação, e realidade. É posto, e comprovado empiricamente pelo Barnes, através da comparação das lembranças dele e do irmão, aquilo que é quase saber comum, que a memória pouco tem de factual, ela é montada por nós na nossa cabeça, principalmente as mais antigas.

Portanto, quando escrevemos, a partir de nossas memórias, estamos nos distanciando ainda mais da realidade, ou, pelo contrário, furando a colcha da memória? E isso importa para os fins literários?

"Para os jovens — e particularmente para o jovem escritor — a memória e a imaginação são totalmente distintas e de categorias diferentes. Num primeiro romance típico haverá memórias diretas (emblemáticas como o inesquecível embaraço sexual), momentos em que a imaginação tratou de transfigurar uma memória (talvez o capítulo em que o protagonista aprende uma lição sobre a vida, enquanto na realidade o futuro romancista não aprendeu nada) e momentos em que de repente, para espanto do escritor, a imaginação apanha uma corrente ascendente e o voo maravilhoso, imponderável, que é a base da ficção, se produz com deleite. Estas diferentes espécies de verdade aparecem distintamente ao jovem escritor e a maneira de as juntar constitui matéria de ansiedade. Para o escritor mais velho, memória e imaginação parecem diferenciar-se cada vez menos. Não é porque o mundo imaginado esteja realmente muito mais próximo da vida do escritor do que ele ou ela quer admitir (um erro comum entre os que dissecam a ficção), mas exatamente pela razão oposta: a própria memória acaba por, mais do que nunca, parecer muito próxima dum ato de imaginação. O meu irmão desconfia da maior parte das memórias. Eu não desconfio, prefiro ver nelas o labor da imaginação, que contém uma verdade imaginativa e se contrapõe à verdade naturalista. Ford Madox Ford podia dizer grandes mentiras e grandes verdades, ao mesmo tempo e na mesma frase."

>"A história, ou história potencial, ficaria estragada. Conheço um escritor que gosta de se deixar ficar nos bancos de jardim a ouvir conversas; mas, assim que aquilo que ouve ameaça revelar mais do que profissionalmente lhe interessa, afasta-se. Não, a ausência e o mistério são para nós (eu e ele) resolvermos."

"Um Bertie que se transformou em Bert; um voluntário tardio; uma testemunha silenciosa; um sargento exonerado como soldado; uma fotografia desfigurada; um possível caso de remorso. É aqui que trabalhamos, nos interstícios da ignorância, na terra da contradição e do silêncio, e que tentamos convencer-vos com aquilo que aparentemente é conhecido. Resolver — ou tornar útil e viva — a contradição e tornar o silêncio eloquente."


"A ficção é feita por um processo que combina liberdade total e controlo absoluto, que equilibra a observação precisa e o jogo livre da imaginação, que utiliza mentiras para dizer a verdade e a verdade para dizer mentiras. É ao mesmo tempo centrípeta e centrífuga. "
"Um romancista é alguém que não se lembra de nada, mas regista e manipula versões diferentes daquilo de que não se lembra."


Com o auxilio de amigos, do irmão, Montaigne, Jules Renard, Gustave Flaubert, Doris Lessing, Émile Zola, Somerset Maugham, Cicero, Wittgenstein, e muitos outros, Barnes fica nas margens embrunecidas da linha traçada dos gêneros literários, não inaugurando, mas, mesmo que minimamente, ajudando a consolidar o “livro” moderno, após a ascensão, declínio e queda do Romance; pelo menos, é assim na minha cabeça. Se há algo de verdadeiro nisso, só o tempo irá dizer. Como diz o Renard, "Poil de Carotte* e eu vivemos juntos, e espero morrer antes dele."


Para concluir: há livros marcantes, há aqueles que moldaram e sustentaram nosso gosto pela literatura, outros onde a técnica ou o deleite estético arrebatam, catárticos, aos moldes aristotélicos. Fora — mas certas vezes também junto destes — há aqueles que por alguma razão nos tocam intimamente, pessoalmente; e alguns, vão além, mais fundo, objetiva e concretamente mudam algo na sua vida; este foi um desses casos.

Um verso ficou na minha memória, uma verso que aparece nas Odes do Horácio, tratando de como o tempo flui inexoravelmente, e como certas vezes o faz (Horácio/Eu-Lírico) levantar no meio da noite e parar todos os relógios. Frequentemente, de tempos em tempos, algo parecido me acometia, desde a adolescência, quando meu “sentido de mortalidade” despertou numa aula de ciências no Ensino-Médio.

Desde lá, me acompanha (ou supostamente, acompanhava), me levantando no meio da noite, com a vertigem, a aflição e o apavoro clássico que só a sensação de finitude consegue passar. Vinha sempre na madrugada, como um gancho que nocauteia o boxeador, me tirando das profundezas do “Hmm… que soninho gostoso” nos campos verdes do Sonhar, para o “Vou morrer. Sou mortal. Não há escapatória”, no escuro do quarto, suando frio com as mãos na cabeça.

Isso se repetiu ao longo de anos, aumentava e diminuía de frequência sem obedecer leis específicas. Mas, desde que li o livro, a fundo, e realmente pensei, dialoguei, ouvi, conversei, com o Jules, com Cicero, Barnes, ao longo desse livro, simplesmente nunca mais me aconteceu. Ainda penso na finitude, na efemeridade, mas de uma maneira menos aterradora. E melhor, não mais me desperta no meio da noite com um gancho psicologicamente mais forte que o do Lomachenko.

Mesmo que o Barnes diga, e parece realmente crer, que falar sobre a morte não diminui em nada o medo, o impacto, a vontade de remar contra a maré, há algo sim, que permeia esse tipo de conversa, esse tipo de livro. Para mim, foi libertador, disruptivo, fascinante, pela força exercida na minha vida real, através das páginas, das palavras, de diversos outras pessoas, das mais diversas profissões, dos mais diversos cursos, e dos mais diversos tempos. Livrasso.

Termino com o supracitado poema das Odes de Horácio (busquei aqui):

Lembro uma menina…
Como pode…
outrora fui a pequena Resi,
e um dia me tornarei uma velha?
…Se Deus quer que seja assim, por que me permite
vê-lo? Por que não o esconde de mim?
É todo um mistério, um mistério tão profundo…
Sinto a fragilidade das coisas no tempo.
Dentro do meu coração, sinto que não deveríamos nos agarrar a nada.
Tudo escorrega por entre os dedos.
Tudo o que tentamos pegar se dissolve.
Tudo desaparece como névoa e sonhos…
O tempo é uma coisa estranha.
Quando não precisamos dele, não é nada.
Depois, de repente, não existe outra coisa além dele.
Rodeia-nos por todos os lados. Está também dentro de nós.
Insinua-se através da nossa face.
Insinua-se no espelho, escorre pelas minhas têmporas…
E entre você e mim escorre em silêncio, como uma ampulheta.
Oh, Quinquin,
Às vezes o sinto fluir inexoravelmente.
Às vezes me levanto no meio da noite
e faço parar todos os relógios…"
( )
  RolandoSMedeiros | Aug 1, 2023 |
Aproveitar que nessa atualização do Goodreads ficou mais cômodo separar as resenhas por edições, e testar a funcionalidade:

— **A aposta de pascal; e a interessante forma do Nada a Temer: (28pp a 32pp):**

Partindo de memórias, Barnes narra episódios de seu passado, questões familiares, entraves pessoais, o anuviar da lembrança e a margem da ficção.

Neste, que é um dos curtos capítulos da primeira metade do livro (a maioria o são; sucintos, palatáveis) lembra de quando era estudante de universidade, e estagiou numa escola católica da Bretanha.

Lembra do encontro com um jovem padre de fervorosa fé, e parte de uma conversa com o rapaz — que ele guarda até mesmo tom e a frase proferida (isso vai ser problematizado depois pelo próprio Barnes, numa interessante questão sobre a ficção) — para chegar na aposta de Pascal.

A aposta de Pascal é simples, se acreditarmos em Deus e no fim Deus existir, ganhamos, se acreditarmos, e no fim Deus não existir, perdemos; mas, não tanto quanto se não acreditarmos e Ele existir.
“Talvez não seja tanto um argumento como uma tomada de posição interesseira (…)'' e emenda: "mas a primeira aposta, sobre a existência de Deus, depende duma segunda e simultânea aposta, sobre a natureza de Deus. E se Deus não for como o imaginamos? Se, por exemplo, Ele reprova os apostadores, principalmente aqueles cuja suposta crença n’Ele depende dum pensamento interesseiro? E quem decide quem ganha? Nós não: Deus pode preferir o cético honesto ao oportunista interesseiro."

Recorda então, de um episódio, em Kiev, julho de 2006, e narra brevemente: “no Jardim Zoológico de Kiev, um homem desceu por uma corda até à fossa murada onde estão os leões e os tigres. (…) ele [diz]: «Quem crê em Deus não será atacado pelos leões»; segundo outra, foi ainda mais provocador: «Se Deus existe, salvar-me-á.» então uma leoa irritada derrubou-o e, com os dentes, cortou-lhe a carótida. Isto provará: a) que o homem era louco; b) que Deus não existe; c) que Deus existe, mas não cai no engodo de se manifestar com truques tão baixos; d) que Deus existe mesmo e acaba de provar que pratica a ironia; e) ou nada disso?"

E vai (esse ir e vir de relatos, memórias, opiniões, narração, é constante em todo o livro) até um dos cadernos de Wittgenstein, e tira uma frase, que atinge um pensamento muito popular a nós brasileiros, ao menos é o que mais vejo a minha volta, num misto e mistura de religiões e superstições; aquele de que você deve acreditar porque mal não faz… “exceto,” diz Barnes, “o [mal] de não sermos verdadeiros, coisa que para alguns pode ser um mal irredutível e não negociável."

Soa como exagero, pois o é.
E o Barnes joga com isso.

A frase solta, ou a “a aposta, feita para parecer que não é aposta (…) [caso] fôssemos a divindade, ficaríamos um tanto indiferente a aval tão frouxo"ganha outro contexto, quando o intencionalmente o Barnes mostra de onde o tirou: "Wittgenstein foi professor de várias escolas em aldeias remotas do Sul da Áustria. Os habitantes locais achavam-no excêntrico e austero, mas dedicado aos alunos (…) Em Viena passaram dois dias a fazer o mesmo [passeio] com vários exemplos de arquitetura e tecnologia. Depois apanharam o comboio de volta a Gloggnitz. Quando ele chegou, caía a noite. Lançaram-se na caminhada de regresso, dezanove quilómetros. Wittgenstein, sentindo que muitas das crianças estavam assustadas, abeirou-se de cada uma e disse calmamente: «Estás com medo? Bom, então tens de pensar unicamente em Deus.» Encontravam-se, literalmente, numa floresta escura. «Vá, acredita! Mal não faz.» E provavelmente não fez."

**

Como ele mesmo diz, é um escritor transgênero. No sentido de: não lhe interessa convenções.

Eu fui atrás da notícia que ele cita de Kiev, e não existe; me parece uma invenção alá às do Borges. Mas pouco importa. A memória, também é duvidosa (em si): “o romancista (outra vez eu) está menos interessado na natureza exata dessa verdade e mais na natureza dos crentes; no modo como abraçam as crenças e na textura do terreno entre as narrativas concorrentes. Mesmo que seja ela que paute a maior parte do livro. “Um romancista é alguém que não se lembra de nada, mas regista e manipula versões diferentes daquilo de que não se lembra.”

“Para o escritor mais velho, memória e imaginação parecem diferenciar-se cada vez menos. Não é porque o mundo imaginado esteja realmente muito mais próximo da vida do escritor do que ele ou ela quer admitir (um erro comum entre os que dissecam a ficção)”


Isto é apenas um recorte. Só lendo mesmo, para você apreender a maneira como esse trecho, e muitos outros, de ficção e memória, dialogam com o ponto de vista do escritor Barnes de uma maneira mais ampla. Episódios de infância que modificam-se totalmente a partir de relatos de diferentes participantes, em um livro que tem como “superfície” e aí ele já é interessante, foi inclusive a minha razão de pegar para lê-lo, o tema da morte na visão de muitos escritores, parentes e filósofos do autor, que é o ponto de toda a minha outra resenha, bem mais pessoal.

“O meu irmão desconfia da maior parte das memórias. Eu não desconfio, prefiro ver nelas o labor da imaginação, que contém uma verdade imaginativa e se contrapõe à verdade naturalista. Ford Madox Ford podia dizer grandes mentiras e grandes verdades, ao mesmo tempo e na mesma frase.”
( )
  RolandoSMedeiros | Aug 1, 2023 |
A brilliant collection of loosely joined thoughts and anecdotes on death, delivered in beautiful words. Humorous, light-handed, but not lighthearted, just a great read about death and dying, and how a lot of other writers and artists perceived it. A book you can pick up again and again, each time a little closer to death, and you may marvel at the fact, that you are going to die, as so many did before you, and how many thoughts can be thought regarding this simple fact. ( )
  Wolfseule23 | Aug 6, 2022 |
I finished this meditation on mortality out of stubbornness, but there's no reason anyone else should. Barnes's stated theme, "I don't believe in God, but I miss Him," accurately captures the sappy nostalgic navel-gazing to come. ( )
  AlexThurman | Dec 26, 2021 |
Roughly halfway through Nothing to be Frightened of, author Julian Barnes reveals how the word “nothing” in the book’s title should be understood. It is not meant in the way that a parent might reassure a scared child. No, it is literally “nothing” that Barnes finds frightening. He writes on the first page of the book, “I don’t believe in God, but I miss him.” That’s part of the nothing, but Barnes’s disbelief in the existence of God has a corollary: when we die, there is, afterward, “nothing.” Perhaps this doesn’t frighten him exactly. Rather, it conjures up a void into which he unblinkingly stares and finds discomfiting.
There is one thing that seems to frighten him more than what might (but probably doesn’t) happen after death. What worries him instead is what happens before: dying.
The exploration of these intertwined themes takes the form of an extended essay. It is a discursive ramble that draws on the author’s own life and family as well as a recounting of how various writers and composers have dealt with dying and death. Many of them are French authors he admires, especially Jules Renard.
To counter the notion that a life well-lived may inure one to a bad (that is terrifying) death, Barnes refers to the terror and agitation of Goethe’s final hours. As Barnes recounts it, even the best-lived life of accomplishment and acclaim is not free from the horrors awaiting us at its end. I don’t know how I’ll feel in my last hours, so I write the following with hesitation, but did those few hours of mortal fear really cancel out the many years that preceded it? In other words: yes, we all die, but as a rule, before that, we live.
So I came away from this book more sanguine than Barnes about the fact that dying is the reverse face of living. Perhaps my DNA is wired to accept the inevitability of my death with a little more equanimity than Barnes can. Nevertheless, I enjoyed reading this book and considering the questions it raises.
In addition to meditating on dying, death, and the (non-) existence of God, this book also offers insight into the craft of the novelist, both through direct reflection as well as through the way in which this informal memoir is structured. Someone once wrote that a writer doesn’t choose his obsessions. The most we can demand of him is that he write about them well. That is what Barnes has done in this book. ( )
  HenrySt123 | Jul 19, 2021 |
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Canonical title
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Epigraph
Dedication
For Pat
First words
I don't believe in God, but I miss Him.
Quotations
This is not, by the way, "my autobiography." Nor am I "in search of my parents." . . . Part of what I'm doing -- which may seem unnecessary -- is trying to work out how dead they are. My father died in 1992, my mother in 1997. (pp. 35-6)

Perhaps I should warn you (especially if you are a philosopher, theologian, or biologist) that some of this book will strike you as amateur, do-it-yourself stuff. But then we are all amateurs in and of our own lives. . . . I should also warn you that there are going to be a lot of writers in this book. Most of them are dead, and quite a few of them French. (p. 39)
...perhaps a sense of death is like a sense of humour. We all think the one we've got - or haven't got - is just about right, and appropriate to the proper understanding of life. It's everyone else who's out of step.
Last words
(Click to show. Warning: May contain spoilers.)
Disambiguation notice
Publisher's editors
Blurbers
Original language
Canonical DDC/MDS
Canonical LCC

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"I don't believe in God, but I miss him." So begins this book, which is a family memoir, an exchange with his brother (a philosopher), a meditation on mortality and the fear of death, a celebration of art, an argument with and about God, and a homage to the writer Jules Renard. Barnes also draws poignant portraits of the last days of his parents, recalled with great detail, affection and exasperation. Other examples he takes up include writers, "most of them dead and quite a few of them French," as well as some composers, for good measure. Although he cautions us that "this is not my autobiography," the book nonetheless reveals much about Barnes the man and the novelist: how he thinks and how he writes and how he lives. At once deadly serious and dazzlingly playful, this is a wise, funny and constantly surprising tour of the human condition.--From publisher description.

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